20 de jun. de 2012

Carta Aberta


Caros colegas, acadêmicos de Enfermagem,
O momento em que estamos passando no país é histórico, nos últimos 30 anos nunca houve uma greve tão forte da categoria, no Brasil: já são 56 Universidades em GREVE!! A Greve dos Docentes e Técnicos das Universidades só reflete a política que o Governo tem para a educação pública, desde o início do ano passado a Presidente Dilma já navalhou 4 bilhões do setor.

Os docentes e técnicos não pedem apenas por salário, a falta de infraestrutura é visível, existem muitas unidades sem salas de aula, sem laboratórios, cursos sem prédios. Desde a implantação do Reuni (Reestruturação e Expansão das Universidades Federais), em 2005, foram criadas mais vagas para o ensino superior, porém essa ampliação foi feita sem a qualidade necessária, no litoral do Rio de Janeiro, alunos assistem a aulas em contêineres. No Pará, 1.200 alunos vão estudar no espaço de eventos de um hotel. Algumas universidades recorreram às prefeituras, que “cederam” suas escolas municipais.

Não precisamos ir muito longe para nos depararmos com esses problemas, os estudantes de Saúde Coletiva, nossos “inquilinos” de prédio, têm aulas no Auditório, pois as salas de aulas são insuficientes. Alunos da Fisioterapia já tiveram aula no gramado da ESEF, pois não havia salas de aulas disponíveis, uma aluna do curso de Dança, teve os ligamentos de um dos pés rompidos, pois as salas não são adequadas para a prática das aulas.

Engana-se quem pensa que a Greve é somente assunto de professores e servidores, que os alunos têm o papel de ser contra a greve, que os alunos devem querer aulas. Sim, nós devemos querer aulas, mas como um estudante vai querer aula se não há salas de aula disponível? Como um estudante vai querer ter aula se a sua bolsa auxílio mal cobre os gastos de suas passagens e materiais de ensino? Queremos aulas de qualidade, com toda a infraestrutura necessária para tal, com laboratórios, bibliotecas, Xerox baratos, teatro, para os estudantes de teatro, sala com isolamento acústico para os alunos de música, bibliotecas de materiais para os alunos da Odontologia, papel higiênico nos banheiros para os alunos do IFCH (Instituto de Filosofia e Ciências Humanas), cobertura nos prédios do campus do Vale, mais bolsas de extensão e iniciação científica, pela ampliação do sistema de Cotas (negr@s, índi@s e deficientes têm o direito de acessar o ensino superior), casas de estudantes, restaurantes universitários.

Colegas, vamos nos unir a esse movimento nacional, estamos lutando por UFRGS de qualidade, devemos lembrar que a Educação é um direito nosso e dever do Estado. Infelizmente o governo ainda não iniciou as negociações com os técnicos e professores, com isso a greve já dura um mês e nenhuma medida foi tomada!

 “Além disso, é necessário também oferecer um plano de carreira, que valorize os professores e técnicos e os incentivem a dedicar suas vidas a essas instituições, à construção do conhecimento, aos projetos de pesquisa e de extensão. Só assim, é possível oferecer educação com a qualidade que a população brasileira merece” (ANDES-SN).

Nossos direitos cabem no papel. Em nossas mãos cabe a conquista.

Luany Barros e Xavier - Coordenadora Geral do DAEE – Gestão 2011/2012- Liberte sua mente, lute e siga em frente.

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